Apesar das semelhanças, condições são classificadas de modo diferente pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
Burnout, estresse e depressão são problemas de saúde específicos. Apesar de terem sintomas semelhantes, as três condições são tratadas e classificadas de maneiras distintas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Para a OMS burnout não é uma condição médica, mas um fenômeno ligado ao trabalho. Já a depressão é uma doença psiquiátrica crônica. O estresse, por sua vez, é uma resposta do corpo às circunstâncias do dia a dia. Ele pode ser indício de alguma doença ou apenas uma reação pontual a condições externas, negativas ou positivas.
Veja abaixo as principais características dos três problemas:
- Burnout – é uma síndrome resultante do estresse crônico e necessariamente tem origem no ambiente de trabalho.
- Depressão – é uma doença psiquiátrica crônica, que afeta pessoas de todas as idades.
- Estresse – é uma reação fisiológica automática do corpo a circunstâncias que exigem ajustes comportamentais.
Entenda o que são essas condições e seus sintomas:
Burnout
O que é?
Necessariamente relacionado ao trabalho, o burnout é um transtorno que se desenvolve gradualmente por conta de desajustes entre o trabalho e o indivíduo. Ele afeta homens e mulheres que vivem situações de estresse constante no ambiente de trabalho.
A síndrome pode ser decorrente de uma carga horária excessiva, falta de reconhecimento dos chefes ou de um cansaço profundo, por exemplo, que não se resolve apenas com descanso ou férias. Outros fatores que podem desencadear o burnout no trabalho são: excesso de responsabilidades, pouca autonomia para tomar decisões, falta de justiça no ambiente de trabalho e conflitos de valor no trabalho.
Sintomas
Cansaço excessivo físico e mental, irritabilidade, alterações repentinas de humor, dor de cabeça, alterações no apetite, insônia, dificuldade de concentração, alteração dos batimentos cardíacos e outros.
Por ter sintomas parecidos com a depressão e ansiedade a síndrome muitas vezes não é identificada corretamente.
Os três elementos principais que caracterizam o burnout e o diferenciam das outras condições são:
- Exaustão – a sensação de que a pessoa está indo além de seus limites e desprovida de recursos físicos ou emocionais para lidar com situações. Mesmo em períodos de férias ou licenças por motivos de saúde não resolvem o aparente cansaço.
- Ceticismo – a reação constantemente negativa diante das dificuldades, a falta de interesse no trabalho, ou ainda, a falta de preocupação com os resultados.
- Ineficácia – a sensação de incompetência, que ocorre quando a pessoa se sente sempre desqualificada, pouco reconhecida e improdutiva.
Depressão
O que é?
A depressão é uma doença psiquiátrica crônica que pode afetar pessoas de todas as idades, incluindo crianças e idosos. Segundo a OMS, mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem da doença, que pode ser uma condição de saúde muito grave, especialmente quando é classificada com intensidade moderada ou severa. Nos piores cenários a depressão pode levar ao suicídio, que é a segunda maior causa de morte de jovens de 25 a 29 anos em todo o mundo.
Diversos fatores podem contribuir com o aparecimento da depressão, são eles: predisposição genética, eventos traumáticos e estresse crônico.
Esses elementos podem provocar diminuição nos níveis de serotonina, que é um neurotransmissor essencial na comunicação entre os neurônios. Ele ajuda a produzir sensações de bem-estar vitais para o bom funcionamento do organismo.
Sintomas
Perda de prazer, irritabilidade, distúrbio do sono, cansaço, falta de vontade de fazer as coisas, choro fácil ou apatia, falta de memória e de concentração.
Estresse
O que é?
O estresse, diferente da depressão, é a maneira como o corpo reage diante de diferentes situações de grande esforço emocional. Ele também pode atingir pessoas de todas as idades.
Quando o corpo é estimulado, a mensagem chega a parte do cérebro chamada hipotálamo, que a envia para uma glândula que fica logo abaixo. Ela produz hormônios que se espalham pela corrente sanguínea até chegar a outras glândulas que ficam acima dos rins. São elas que produzem os hormônios adrenalina e o cortizol.
A liberação do cortizol é importante para a manutenção da sobrevivência, mas deve ocorrer na dosagem certa. Quando atinge picos, pode causar problemas.
O cortizol é considerado o hormônio do estresse crônico porque, diferente da adrenalina, que causa reações e vai embora, ele permanece no organismo. O cortizol inflama o organismo que vai responder em vários órgãos: cérebro, intestino e células adiposas.
Mesmo situações positivas podem causar estresse, mas nestes casos a liberação de hormônios tende a estimular o indivíduo. No caso de situações negativas, o efeito emocional pode ser bastante nocivo à saúde.
Uma pesquisa online feita pelo Instituto de Psicologia e Controle do Stress (IPCS) com 2.195 brasileiros mostrou que 34% dos entrevistados tinham um nível de estresse considerado excessivo. Doenças ligadas ao sistema nervoso e digestivo, em alguns casos, podem estar relacionadas ao estresse.
Apesar de nem sempre levar a transtornos, o estresse contínuo e intenso pode ser um indício de transtornos psiquiátricos.
As principais causas de estresse são: conflitos no ambiente familiar, dificuldades financeiras, problemas de saúde na família, dificuldades no trabalho ou a falta dele, relacionamentos tóxicos, divórcio, excesso de responsabilidades.
Sintomas
Segundo a Sociedade Americana do Coração: comer, fumar ou beber para se acalmar, trabalhar de forma exagerada, adiar tarefas, dormir menos ou mais, podem ser os principais sintomas do estresse.